Inovação em TI como vantagem competitiva: como promover na cultura da empresa?

Autor: Telium Networks
Publicação: 14/09/2018 às 03:04

Os desafios das empresas que precisam estruturar e consolidar seus modelos de negócio, considerando a realidade da era digital, encontram saída em um tipo de decisão estratégica: o investimento em inovação em TI.

Hoje, não é mais possível separar o negócio em si da tecnologia. E a área tecnológica de uma empresa deixou de ser encarada como um centro de custo que dava suporte ao core business. A linha que antes já era tênue deixou de existir e o que impera, na atualidade, é a busca pela aproximação entre essas duas esferas, para que uma fortaleça a outra.

Nesse contexto, cabe destacar que inovação em TI é mais do que adquirir equipamentos de ponta ou oferecer um produto com um diferencial no mercado. Uma empresa calcada em inovação é aquela que internalizou uma essência transformadora em sua cultura organizacional, estimulando a participação ativa dos colaboradores e a coragem de arriscar.

Parece filosófico, mas isso pode ser espalhado na prática. Siga a leitura deste post e veja como é possível implementar diretrizes e ações para estabelecer padrões inovadores nas empresas. E, esteja certo, a TI será a base disso! Boa leitura!

1. As tendências em TI que estão revolucionando o mercado

Quando o assunto é inovação, é impossível criar uma lista exaustiva de tudo o que surgiu no mercado e recebeu essa denominação. Também é difícil limitar a enumeração do que viria a ser tendência tecnológica , já que o mercado é dinâmico e as empresas que oferecem soluções de TI são as que assumem o ritmo mais acelerado de lançamento de novidades.

De toda forma, algumas inovações mais recentes merecem ser destacadas porque, de fato, trouxeram transformações significativas na forma como as empresas estruturam seus negócios, se relacionam com seus clientes e outros stakeholders e disponibilizam seu produto ou serviço. Acompanhe!

1.1. Cloud Computing

Não que este tópico esteja organizado por uma linha cronológica, mas faz todo sentido começar com a inovação que veio antes das demais que serão citadas aqui e que também serviu de engrenagem para que tantas outras surgissem.

Computação em Nuvem veio como um “Big Bang” da tecnologia e trouxe impactos expressivos e irreversíveis para as empresas. A começar pela possibilidade de contar com infraestrutura e soluções de TI fornecidas por terceiros, a realidade do mercado pós-nuvem é algo impressionante.

Se antes as empresas precisavam investir em aquisição de equipamentos, em manutenção de parques tecnológicos grandes, em contratação de equipes especializadas e em pagamento de licenças para os softwares e mecanismos de segurança de TI, com a Cloud tudo ficou mais simples e barato.

Com a alternativa do Outsourcing de TI, empresas de todos os tamanhos começaram a optar pela contratação de pacotes de uso da infraestrutura robusta de fornecedores que compartilham seus data centers.

Como ganhos, vieram a redução do custo de TI, a simplificação de processos, a automação de tarefas, a agilidade na resposta ao cliente, a escalabilidade e a continuidade dos negócios, além da oportunidade de contar com recursos de última geração para aprimorar seu negócio.

2.2. Internet das Coisas

Cloud Computing permitiu que dispositivos passassem a se conectar com outros dispositivos e com pessoas. Com isso, um novo paradigma se estabeleceu no cotidiano das pessoas e das empresas, fixando o conceito e a prática da mobilidade e abrindo campo para a Internet das Coisas.

Hoje tudo está ao alcance de toques na tela de um dispositivo móvel, desde a solução de problemas domésticos até a aprovação online de grandes propostas de negócios, como liberação de crédito bancário para o financiamento de máquinas agrícolas, construção de galpões industriais, aquisição de maquinário para fábricas.

Além da possibilidade de acesso remoto a diversos sistemas empresariais, algumas plataformas disponibilizam até mesmo interfaces para que clientes possam conhecer e experimentar um produto antes de comprá-lo, tudo por meio da visualização de soluções em tablets e com o incremento de dispositivos chamados de vestíveis, como os óculos 3D.

Um exemplo é a venda de imóveis na planta, com o uso de realidade virtual e aumentada. O cliente das construtoras e imobiliárias já podem conhecer todos os cômodos do imóvel em detalhes e sentir como se estivessem caminhando pelos ambientes.

Assim, a decisão de compra é influenciada por sensações e pela noção de atendimento efetivo das necessidades do cliente. Não há marketing melhor do que a percepção de que o produto oferecido pela empresa tem a solução ideal para a realidade de cada cliente.

1.3. Chatbots

Pode-se dizer que existe um padrão de atendimento ao cliente antes e outro depois da criação dos chatbots. O que antes parecia invenção da ficção científica, a máquina conversando com o humano já não é mais surpresa para ninguém.

Se antes as empresas investiam em gigantescos call centers e arcavam com altos custos trabalhistas para manter tantos atendentes, hoje elas reduzem sobremaneira esse encargo e contam com a inteligência artificial e a computação cognitiva para responder os principais questionamentos dos clientes.

Esses atendentes virtuais se baseiam em bancos de dados que cruzam palavras-chaves e encontram as respostas mais adequadas para o problema apresentado pelo cliente.

Por trás de uma janela de conversa com o cliente estão estruturas computacionais altamente desenvolvidas, com softwares e linhas extensas de comando que prometem ter, “na ponta da língua”, as informações solicitadas pelo consumidor.

Os robôs também realizam tarefas administrativas, como agendamento de reuniões, envio de lembretes de compromissos. Eles são a prova de que a vida imita a arte e, com boas doses de tecnologia, aos poucos vemos cenários do cinema futurista se materializando em nosso dia a dia.

1.4. Bitcoin e Blockchain

Se existe um ramo empresarial que precisou se reinventar na era digital, esse nicho é o das instituições financeiras. O banco de ontem está em extinção, graças às inovações trazidas pela tecnologia.

Filas para pagamento de contas no caixa, atendimento presencial e saques constantes estão sumindo aos poucos. Tudo é resolvido digitalmente e dinheiro vivo é algo que não é tão mais necessário assim.

Como se não bastasse a transição do banco físico para o atendimento virtual, desde 2008 uma moeda tecnológica vem mudando a história do mundo financeiro. A moeda criptografada Bitcoin é independente de intermediários e regulações estatais e, por isso, tem se apresentado como um grande desafio às instituições financeiras tradicionais.

A plataforma que transaciona esse tipo de moeda é o Blockchain, baseada em algoritmos e sistemas robustos de criptografia e, claro, funciona na nuvem.

Essa é uma das tecnologias mais disruptivas dos últimos tempos e provavelmente ainda veremos uma “mudança de chave” no padrão atual para transações financeiras. É questão de tempo e de adaptação dos órgãos reguladores a uma realidade que força uma mudança radical nos padrões aceitáveis até o momento.

1.5. Ciência de Dados

Em tempos de dados sendo gerados a todo instante, a ordem de grandeza se dá em zettabytes e yottabytes. É diante dessa realidade que a Data Science tem se destacado como promissora na construção de insumos fundamentais para a continuidade dos negócios.

A partir de algoritmos complexos, dados são coletados em tempo real em diversas fontes, desde redes sociais até histórico de navegação do cliente nos sites da empresa, sem importar se o dado está estruturado ou não.

Com isso, dados de bases diversas, comentários em mídias sociais, curtidas em fotos públicas, voz, imagem, tudo vira informação e serve de subsídio para a tomada de decisão empresarial e a definição dos rumos que o negócio precisa tomar.

É nesse contexto que a Ciência de Dados assume papel estratégico, garantindo que nenhum dado seja perdido, que nenhum movimento do cliente ou do mercado passe despercebido. Se a informação é um dos ativos mais importantes nas empresas de hoje, investir em tecnologias que aproveitam esse potencial é questão de sobrevivência.

2. Inovação em TI como vantagem competitiva

Gestores são cobrados a todo o momento a apresentarem caminhos para aumentar a produtividade dos times, melhorar a performance dos processos, maximizar resultados e trazer o retorno sobre o investimento da forma mais rápida possível.

Existem diversas formas de se alcançar ou se chegar perto de todos esses ideais, baseadas em modelos de governança, em gestão da produção, em políticas de relacionamento com o cliente e, especialmente, em tecnologia.

É difícil pensar em um modelo transformador sem que inovações tecnológicas estejam dando uma importante parcela de contribuição. Os exemplos que demos até agora mostram como as tecnologias são decisivas na mudança de paradigmas e na estruturação de negócios rentáveis e que consigam encantar o cliente.

Por falar em cliente, hoje, mais do que nunca, ele é a bola da vez. Experiência do cliente é o principal valor agregado a ser oferecido por uma empresa e não é possível pensar nesse conceito sem a aplicação de tecnologias que podem concretizar premissas como usabilidade, agilidade, respostas sob medida para a necessidade de cada cliente, no momento, local e formato adequados.

Foi exatamente esse contexto que influenciou a mudança de visão a respeito da TI nas empresas. Ficou claro que sem ela não há negócio que prospere. Então deixou de ser necessária toda aquela defesa de que a área não é apenas um suporte ao negócio, mas se mistura com ele a tal ponto que pensar na continuidade do negócio é pensar em como a TI pode sustentar esse objetivo.

Isso deixa claro que investir em inovação em TI é questão de sustentabilidade e que os esforços direcionados à estruturação de um discurso de defesa da área não são mais necessários. Basta assimilar que ignorar a relevância e até mesmo dependência da TI é o mesmo que colocar em xeque todo um modelo de funcionamento de negócios que veio para ficar, desde que as premissas da era digital se estabeleceram e se mostraram crescentes e irreversíveis.

É por isso que é vital consolidar uma cultura organizacional focada em inovação, desde a melhoria de processos, a criação de produtos, a automação de atividades, o desenho da estratégia de venda da marca e conquista de clientes.

Algumas iniciativas e técnicas podem ser adotadas nessa direção, como maneira de incentivar a teoria e a prática que envolvem a cultura a inovação. Esse é o tema do próximo tópico! Acompanhe!

3. Como estimular a cultura da Inovação em TI

Inovação em TI é algo que permeia o discurso de gestores, mas precisa avançar para o campo do pragmatismo, precisa estar presente no dia a dia das organizações.

Como já dito neste post, nem sempre inovar tecnologicamente envolve adquirir novos equipamentos, hardwares de última geração ou instalar softwares que acabam de sair da fábrica de desenvolvimento.

Muitas vezes, a inovação em TI se dará por meio de governança, de processos mais ágeis e de entregas de valor ao cliente, seja interno ou externo.

Observe como um ciclo virtuoso de incentivo à inovação pode se estabelecer:

3.1. Engaje os times de TI

Produtividade é algo que depende de condições favoráveis ao trabalho e também de motivação. É por isso que as equipes de TI precisam ter sempre um desafio à mão, para que sintam que fazem a diferença na empresa.

Mais do que distribuir tarefas e delegar responsabilidades, um bom gestor precisa demonstrar aos colaboradores que eles não executam tarefas meramente. É preciso deixar claro que eles implementam projetos que transformam a realidade do negócio e cada pacote de entregas pode ser o diferencial para a manutenção da competitividade da empresa.

3.2. Abra espaço para ideias

Ouvir a equipe de TI muitas vezes pode ser a saída para algum problema que há muito prejudica algum departamento. Isso porque profissionais de TI, na atualidade, possuem uma visão mais ampla do negócio, ao contrário do técnico que antigamente atuava apenas para apagar incêndios e dar suporte quando algo parava de funcionar.

Um exemplo? Um sistema de relacionamento com o cliente que nunca traz o retorno esperado para as estratégias de marketing, quando avaliado sob a ótica de um profissional de TI, pode receber incrementos para otimizar seu funcionamento, como integrações com bases de dados externas, ou decisões sendo sugeridas por meio de soluções de Big Data.

3.3. Estabeleça espaços para geração de insights

Existem formas e mais formas para que a colaboração dos times de TI seja permanente, internalizada pelos profissionais e inerente e natural no dia a dia da empresa.

Desde brainstormings periódicos até campanhas de ideias com temas específicos — todo esforço é válido para capturar insights e aprimorar aqueles que demonstram ter algum potencial valoroso para a realidade do negócio.

3.4. Valorize erros como oportunidade para aprender

Uma das bases do pensamento inovador é não temer o erro. Em um exemplo clássico dado por vários palestrantes sobre o assunto é a escolinha de futebol. Quantos aprendizes de jogador não precisam passar por um espaço desses para, de tempos em tempos, surgir um único Neymar?

Esse é o pensamento que deve nortear a atuação inovadora nas empresas: não importa o quanto erramos, desde que essas tentativas aumentem o nível de maturidade dos processos e possam contribuir para que, em determinado momento, as “bolas na trave” sejam menos frequentes e um “gol de placa” seja materializado e possa ser impactante na história daquele empreendimento.

3.5. Crie laboratórios de inovação

Criatividade está intimamente ligada à inovação. Essa é uma assertiva que só faz sentido quando há um trabalho estruturado por trás da intenção de canalizar o pensamento criativo para o desenvolvimento de soluções de fato inovadoras.

Implementar laboratórios de inovação podem ser um bom caminho nesse sentido. E eles devem funcionar com base em metodologias já conhecidas para o estímulo e organização de ideias inovadoras, como Design Thinking, e deve se estabelecer como um ambiente propício para prototipações e provas de conceito.

3.6. Implemente métodos ágeis

O gerenciamento de projetos evoluiu nos últimos anos para acompanhar o ritmo frenético do mercado e a demanda por respostas rápidas e na medida da necessidade do cliente.

Vale a pena investir em métodos como Scrum, que pregam que entregas permanentes devem ser feitas pelos times, de forma que a todo o momento o cliente (interno ou externo) perceba valor no que está sendo produzido.

3.7. Crie campanhas de comunicação voltadas para inovação

Não que não seja importante, mas não é suficiente colocar na missão da empresa o conceito de inovação ou lançar no planejamento estratégico anual uma meta de inovação, se a essência do tema não for absorvida pelo corpo funcional.

É preciso inserir o tema em todas as interações com o público interno, de forma estruturada, a partir de campanhas de comunicação organizacional que educam, reforçam e institucionalizam a inovação como uma forma motriz de continuidade dos negócios da empresa.

3.8. Invista na formação de lideranças

O processo de transformação de uma cultura empresarial começa de cima para baixo e se mantém exatamente quando se alcança o fim das hierarquias.

Para que essa transição seja tranquila, é preciso contar com lideranças capazes de atuar como facilitadoras da inovação. Também precisam ser aptas a guiar os colaboradores rumo ao pensamento criativo e ao desenvolvimento de soluções para as especificidades do negócio.

3.9. Flexibilize formalidades no ambiente de trabalho

Uma empresa que respira inovação preza por ambientes mais leves e menos conservadores. Muitas também optam por horários flexíveis e adoção de home office para a execução de algumas atividades.

Vale a pena avaliar quais são as possibilidades para tornar o espaço de trabalho mais agradável, produtivo e propenso a uma atuação criativa, sem amarras, sem medo de errar e com disposição para enfrentar os desafios de cada dia.

4. A contribuição da inovação em TI para a agilidade no atendimento do cliente

Em tempos de dinamismo extremo e mudanças permanentes, o que o mercado exige das empresas é agilidade. E para alcançar isso é preciso começar por dentro, remodelando o negócio e racionalizando as estruturas que o comportam.

Isso implica em redução nas “passagens de bastão” entre processos, alcançada com a automação de tarefas. Também significa simplificar fluxos, a partir da adoção de softwares capazes de integrar bases de dados e sistemas corporativos e também disparar ações automáticas, sempre que alguma condição programada seja alcançada.

Para que essa transformação seja sentida pelo cliente, é preciso investir em usabilidade e experiência do usuário. É preciso entregar o que ele precisa, da forma mais adequada para ele, na hora que deseja, sem atrasos, sem excessos ou faltas.

O consumidor de hoje é altamente exigente e tem à sua disposição uma infinidade de informações e opções de compra. Não basta ter um bom produto, é preciso abordar o cliente no momento certo e estimular sua decisão de compra de forma natural e acertada.

Todos esses direcionamentos que acabamos de mencionar dependem da TI: otimizar processos, eliminar sombreamentos e desperdícios, reduzir erros, mitigar riscos, dar transparência ao fluxo de informações, relacionar-se positivamente com o cliente.

Por aí se percebe que, mais uma vez, independentemente do assunto empresarial que está sendo tratado, não há como dissociar a tecnologia da inovação do negócio propriamente dito. Sem tecnologia, não há como ser ágil, assertivo, eficiente. Com ela, todos os quesitos para responder o cliente à altura de sua necessidade, na velocidade que ele anseia, passam a ser tarefas menos árduas ou, pelo menos, mais viáveis.

Inovação — do discurso à prática

No mundo corporativo, inovar é um conceito amplo, que precisa sair dos documentos estratégicos e do discurso dos gestores para se materializar na empresa, por meio do abandono da zona de conforto e da abertura às tendências que transformam o mercado a todo o momento.

Outras atitudes também estão associadas a uma cultura da inovação, como o pensamento estratégico, a solução criativa de problemas, a identificação de oportunidades, o aprimoramento dos processos. Tudo isso vai ao encontro da sustentabilidade e da competitividade do negócio.

O fato é que tecnologias disruptivas vieram para revolucionar a realidade empresarial e a Cloud Computing é uma das grandes responsáveis por isso. Desde então, a tendência à virtualização é crescente e os provedores de solução em nuvem deixaram de ser meros fornecedores de TI para se tornar verdadeiros parceiros dos negócios.

Ao investir em inovação, as organizações se tornam mais preparadas para responder aos desafios que se apresentam, já que desburocratizam sua esteira produtiva, melhoram seu relacionamento com o cliente e reduzem custos.

É por isso que a cultura da inovação precisa ser cultivada nas empresas, de forma que o terreno se torne e se mantenha fértil à colaboração, à vontade de realizar, à capacidade de fazer mais com menos, à habilidade para encontrar saídas viáveis para toda sorte de necessidades que surgir.

Na prática, a gestão da inovação se baseia na adoção de métodos, ferramentas, processos e recursos que favoreçam a geração de insights e a alavancagem de ideias que podem trazer um diferencial competitivo.

A inovação em TI precisa fazer parte da agenda de gestores, lideranças, empreendedores e profissionais de todas as áreas. Isso porque inovação não cabe ao alto escalão — ela precisa entranhar pelos corredores, pelos